quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Meu nome não é Johnny


Será tarde pra falar de Meu nome não é Johnny nesse blog abandonado???

Quem já viu obviamente conhece o enredo e quem não viu também... É a história de João Guilherme Estrela, playboy carioca dos anos 80, que além de consumir muita cocaína também se tornou um enooorme traficante do tal pó. Foi pego pela polícia, e graças a um veredicto da juíza do caso –que o considerou muito mais um viciado do que um bandido- foi condenado a apenas 2 anos em um manicômio judicial, ao contrário dos 30 que poderiam ter pego em uma cadeia normal. Ufa! História difícil, mas um filme bem fácil de assistir. Não dá vontade de dormir, ir ao banheiro, ou mandar mensagens pelo celular.

Gostei do filme e conheço poucas pessoas que não gostaram. Só não sei exatamente porque gostei. Afinal, ele vai contra a tudo que eu acho certo, é um tapa na cara de todas as minhas convicções.

João é a prova viva de que existe recuperação possível, afirmou a juíza (Deus, eu preciso decorar o nome dessa mulher!). No caso dele acho que deu perfeitamente certo. Mas não tenho lá muita certeza de que acredito na recuperação de outros presos. Talvez porque ainda não tenha visto suas histórias retratadas no cinema, com exceção de Carandiru, onde eu não acho que aqueles presos possam voltar a ser pais de família e trabalhar tranquilamente na lojinha da esquina.

Também não acho que viciado em susbtâncias deste tipo ou de qualquer outro ilegal possa ser tratado com tanta consideração. Ok, na época de João, a realidade era outra. O tráfico de drogas não metia medo em pessoas que estão simplesmente andando na rua, a política de segurança pública era outra (ou melhor, havia uma política de segurança pública). Mas hoje, quem usa droga sustenta o crime, sim. E não acho certo que quem arma traficante ande por aí impunemente. Talvez eu esteja sendo radical demais, mas quando se trata de violência urbana, tráfico de drogas e coisas do tipo, eu ainda não aprendi a ser condescendente.

O que levou João Guilherme Estrela a se envolver com as drogas foi, sem dúvida, a falta de limites. Isso fica claro na hora em que ele, ainda criança, acende um morteiro no meio da sala de estar para comemorar um gol de seu time, e seu pai além de não falar nada, ainda comemora o gol. Ou ainda na cena em que ele dá um colar caríssimo para a mãe e esta nem se preocupa em perguntar de onde veio tanta grana. Bom, se eu entro aqui em casa com uma sacola de qualquer loja que não seja um supermercado minha mãe pergunta na mesma hora se eu fiquei rica.

Apesar disso tudo, eu gostei do filme, e acredito que João esteja mesmo recuperado. Confesso que a atuação do Selton Mello ajudou. E a Cleo Pires... Bom, não me pareceu que ela estava representando. Das duas uma, ou ela é realmente uma ótima atriz, ou só consegue fazer um tipo parecido com ela própria.

Mas vale o ingresso. Com certeza, vale.

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