terça-feira, 20 de maio de 2008

50

50 é um número bonito. Redondo. Tenho fascinação por números redondos. Todo número redondo merece uma comemoração. Toda lista é composta por números redondos. Este blog chegou ao seu 50º post, logo merece uma lista:

CINQUENTA COISAS PARA FAZER ANTES DE MORRER

1) Escrever um livro

2) Ser uma profissional de muito sucesso

3) Conhecer as capitais européias

4) Casar

5) Ter um casal de filhos

6) Morar no Leblon (sim, eu vejo muita novela do Manoel Carlos)

7) Tirar a carteira de motorista

8) Ler todos os livros na lista da Bravo!

9) Ver todos os filmes na lista da Bravo!

10) Ter um cinema em casa

11) Ter uma biblioteca em casa

12) Aprender a tocar um instrumento

13) Aprender a cantar (pelo menos uma música sem ofender a audição alheia)

14) Malabarismo e acrobacia

15) Yoga

16) Patinar no gelo no Maracanãzinho ao som de Everybody wants to rule the world (vai entender...)

17) Aprender a comer queijo sem enjoar e querer vomitar

18) Ser a Rumpleteazer em Cats!

19) Encontrar um jeito de ser boazinha sem ser picolé de chuchu

20) Ser organizada ou instalar um google no meu quarto

21) Tomar coragem quando encontrar um ídolo e dizer que sou fã dele

22) Sentar pra conversar com alguém ídolo

23) Ter barriga sarada e bunda dura

24) Ter barriga sarada, bunda dura e sentar pra discutir filosofia com alguém que me ache burra só por ter a barriga sarada e bunda dura

25) Beijar na chuva

26) Ver o pôr-do-sol no Arpoardor again, again, and again

27) Morar sozinha

28) Fazer uma grande homenagem a todos os meus amigos

29) Comprar o apartamento em que eu morei na Paissandu

30) Comprar a minha casa de Paulo de Frontin novamente

31) Passar uma noite no Copacabana Palace

32) Passar um fim de semana romântico em um lugar frio

33) Voar de asa delta

34) Aprender a fotografar

35) Tomar água de coco no mirante do Leblon

36) Sair de casa só pra ver o mar de ressaca

37) Correr uma maratona (não precisa ganhar, não. Só chegar ao final)

38) Mergulhar na praia de Ipanema com graça e leveza e não como uma pessoa que nunca viu o mar na vida.

39) Controlar o meu gênio

40) Andar pelo Rio de Janeiro sem medo de assalto, seqüestro e bala perdida

41) Distinguir Mozart de Bethoven (sem contar com as sinfonias mais famosas, óbvio)

42) Fazer um trabalho voluntário (na África de preferência)

43) Fazer uma pós, mestrado, doutorado, pós doutorado (preferencialmente antes dos quarenta)

44) Ter muitas histórias, muita sabedoria e uma quantidade de rugas adequadas a tudo isso.

45) Jogar bola de uma forma que me permite jogar na frente dos outros sem querer morrer de vergonha

46) Ver um show do U2 ao vivo, da primeira fila e ainda ser escolhida pelo Bono para subir ao palco.

47) Dançar hula-hula no Hawaii

48) Jantar à luz de velas em um restaurante com vista para a Torre Eiffel

49) Viajar sozinha para um lugar que eu não conheço

50) Fazer tudo isso com perfeição.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Agora não tem jeito.

A prova cabal de que os homens realmente descendem dos macacos.

Um casal de chimpanzés que vivem no zoológico do Rio reata essa semana, depois de uma briga de um ano por um iogurte (já vi casais brigando pelo último pedaço de uma pizza de filé com fritas, pelo jeito com que o outro apertava o tubo de pastas de dente, mas por um iogurte, nunca!).

Parece que os dois já vinham brigando por um motivo bastante comum nas relações entre machos e fêmeas Homo Sapiens: a falta de habilidade sexual do macho.

O macaquinho chamado Paulinho não agradou a macaquinha chamada Rina. Aparentemente, Paulinho nunca viu um casal acasalando e, por isso, não assumiu a postura de macho dominante.

Recado para as mulheres: agradeçam todos os dias a existência dos filmes pornôs.

Recado para os homens: considerando a semelhança dos Homens com os primatas, consideramos extrema falta de sensibilidade, vocês nos chamarem de chatas. Afinal, uma fêmea é capaz de ficar 1 ano sem falar com o namorado por causa de um iogurte. Nós, com certeza, aturamos coisa pior por muito menos.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Memória fonográfica

Ontem, voltando da casa da minha avó, tive um daqueles momentos dignos de cena de road movies. Eu e minha mãe cantando no carro, passando pela praia da Barra. Desde pequena sempre fui apaixonada pela combinação estrada + música, mesmo nunca tendo passado por isso na direção. E como eu tendo a viajar no som, acho que não teria um resultado muito bom. Mas sempre que viaja com meus pais a música tinha que estar presente. Desde Sandy & Junior e Spice Girls nos idos de 1997 até Phil Collins em 2008 nas menores idas ao shopping. A regra é clara: saiu de carro, o som deve estar ligado. A regra também se extende aos churrascos na casa de praia, ao sábado de manhã, ao banho e a todos os momentos onde uma música vai bem. Leia-se: TODOS os momentos.

Seguindo esta regra eu passei por inúmeras fases.

A primeira que eu me lembro é de ouvir Logical Song, do Supertramp, indo para Grumari com a minha mãe. Isso na época em que ainda existia fita cassete.

Depois, teve uma fita (na época em que ainda existia vídeo cassete), onde ela gravava (da TV ou de um vídeo pro outro) só as cenas musicais de vários filmes.

Foi assim que eu aprendi a gostar de tango, vendo Al Pacino dançar Por una cabeza com Gabrielle Anwar naquela cena antológica de Perfume de Mulher (http://www.youtube.com/watch?v=XSIvWzhLrT8). Foi assim também que eu descobri as coisas boas dos anos 80: Flashdance e Perfect, com Jamie Lee Curtis e John Travolta dançando numa academia de ginástica (http://www.youtube.com/watch?v=SEcCM7UOLvY). A cena foi parodiada por Eric Prydz no clipe de Call on me. Terrível, por sinal. Mas tudo bem, a original também era um tanto quanto ridícula. Tinha também uma cena de Sete Noivas para Sete Irmãos, alguma coreografia engraçada onde 14 pessoas dançavam sobre troncos. O mais engraçado é que, com a exceção de Flashdance, eu nunca vi nenhum destes filmes por inteiro.

Ainda da seção “Deus abençoe o videocassete”, minha mãe tinha uma fita com os melhores clipes do Queen. No início eu sentia um pouco medo de Bohemian Rapsody, mas achava que Killer Queen tinha sido composta para mim. Ou melhor, para a mulher que eu gostaria de ser. Não sei porque, mas gelatina de pólvora e dinamite com raio laser pareciam combinar perfeitamente na mesma música. “Garantia de te surpreender”. Genial. Até porque eu cismava que o Freddie Mercury lembrava meu padrinho. Não, meu padrinho não é gay, não teve AIDS, não tocou na maior banda de rock do mundo e não apertou as bochechas de Glória Maria, mas o bigode era idêntico. Até hoje sou fã do Queen. E já perdi o medo de Bohemian Rapsody.

Depois, fui apresentada ao Michael Jackson. Passei dias dando rewind no clipe de Black or White (http://www.youtube.com/watch?v=SEcCM7UOLvY). Achava o máximo aquelas caras que iam se transformando no final do clipe e ainda tinha a melhor frase que eu já ouvi quando se trata de racismo “I’m not gonna spend my life being a color”. Fora que, na época de Esqueceram de Mim, eu podia jurar que me casaria com Macaulay Caulkin. Meu vício por Michael Jackson só aumentou quando eu descobri que a música tema do Vídeo Show é Don’t stop ‘till you get enough e quando eu me deparei com Smooth Criminal e Wanna be starting something. Aliás, o Akon fez uma versão ótima dessa música.

Pink Floyd também fez parte da minha infância/ adolescência. Ainda mais quando eu descobri que você pode cantar Atirei o Pau no Gato no ritmo de Another Brick in the wall. G-E-N-I-A-L!

Um tempo depois surgiu aqui em casa um cd do Paul Simon. Aquele do Simon & Garfunkel. Acho que o nome do cd é Graceland. Simon gravou na África, com cantores locais se não me engano. O resultado é maravilhoso, e me acordou váááááárias vezes nas manhãs de sábado. Mas não tinha problema porque a faixa número 6, You can Call me Al, é PERFEITA (apesar de não fazer o menor sentido pra mim)! Vale dar uma olhada no clipe: http://www.youtube.com/watch?v=HOiVaE-pKqM.

Acho que eu já era um pouquinho maior quando meu pai me apresentou as músicas dos festivais. Eram horas cantando no videokê ou sem acompanhamento mesmo na casa dele. Ele me ensinou que Alegria, Alegria era a música dele e logo passou a ser a nossa. Não escuto essa música sem me lembrar dele.

Aliás, minha madrasta é campeã de jam sessions no carro. Os 100 km que separam Paulo de Frontin do Rio de Janeiro pareciam 5 quando a gente começava a cantar. O repertório geralmente tinha algo de Jovem Guarda (“no sapatinho eu vou, com um laço cor de rosa a enfeitar...”), mas também tinha uma que até hoje nunca ouvi ninguém cantando: “peguei, olhei, chacoalhei, guardei, tornei a pegar, chacoalhar, guardar, tornei a botar no mesmo lugar...”. Essa sempre terminava com uma gritaria infernal, que quase fez meu pai parar em São Paulo, ao perder a saída de Paracambi e rodar mais uns 20km até encontrar um retorno. Foi nessa época também que eu descobri Disparada, do Jair Rodrigues, e aprendi a cantar como a Tetê Espíndola em Escrito nas Estrelas (falando nisso, ela tem outra música)? Era a época em que desafinar era bonitinho e berrar no meio da noite era permitido.

Mas o CAMPEÃO, sem dúvida, é o Phil Collins. Se dvd furasse, o do seu show em Paris já estaria uma peneira. Não há uma reunião em casa em que minha mãe não mostre o dito cujo para as visitas com uma observação bastante peculiar na música Another day in paradise: “ai, eu queria um negão desse pra mim” (http://www.youtube.com/watch?v=0lTb_iz3yj8&feature=related). Mas o que me deixava extasiada mesmo era Lorenzo, que contava a história do filme O óleo de Lorenzo. Lindo, lindo, lindo!

Certas coisas ficam na memória, algumas músicas não vão sair nunca.